domingo, 25 de abril de 2010

A Presa

Em uma sexta-feira qualquer, de um mês qualquer... Jamil, saia do cinema, quando foi convidado a ir à casa de um velho amigo; Aceitou o convite, e chegando lá, não soube esconder o espanto, ao se deparar com Afrodite. Naquele momento, ele se sentia como uma criança indefesa, inerte, e insuficiente, diante do que, para ele, se tratava de algo divino... Uma bela mulher, de cabelos e olhos negros, e da pele branca como o “pó”, porém, escrita e desenhada, como um pergaminho.


Evoluindo a um próximo estágio, sai de sua inércia provocada, e se apresenta, com ares desinteressados, à divina Afrodite, que corresponde, com também desinteressados ares de importância... Um falso diálogo se trava, enquanto ambos se estudam. Um dos temas, teoricamente conversados, foi as tatuagens que a bela possuia, e que eram objeto de maior fascínio por parte do jovem Jamil.


Este processo inicial, onde os dois fingiam não estar desesperados por aquele “coito”, já estava cansando o jovem, que arriscando todas as suas fichas, convidou-a para ir à praia “ver o luar”... e à cada resposta positiva às suas sugestões, absurdamente “mal intencionadas”, ele se sentia poderoso, como um lobo que acua sua presa... Ele sabia que agora, nada mais poderia detê-lo no processo de possuí-la, como à recompensa de uma boa “caçada”.


Chegando à praia, iniciam os preâmbulos da cerimônia, os quais, nosso personagem desejava desde que avistara há pouco mais de uma hora, o colo, da bela Afrodite... Enfim, teve a “permissão” de ver com detalhes as tatuagens da moça, que agora serviam como mapa, para aquele aventureiro, que, desprovido de qualquer pudor, inicia sua “viagem”.


Começa por seus lábios macios e úmidos, vai em direção ao pescoço, onde encontra terreno com poucas saliências, mas ideal para começar sua jornada; segue por zonas um pouco mais acidentadas, encontrando montanhas, vales, plantações e grutas, todos devidamente explorados, com o requinte de um aventureiro experiente.


Chegando ao local que o mapa indicava, adentra eufórico, sabendo que enfim, poderia “colher os louros de sua vitória”, e registra em sua memória, cada instante de sua façanha.


Satisfeito por sua “conquista”, “dorme o sono dos justos”... E, ao recobrar a consciência, estava só, e se deu conta de que ele é que havia sido “a presa”. Extasiado por aquela sensação, sai em busca de novos predadores.


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