terça-feira, 15 de março de 2011

É noite, olho pela janela, e vejo a chuva (graças à grande lâmpada de vapôr metálico que ilumina a vila), a chuva é bem fina, e quando cai sobre os paralelepipedos, faz um barurilho gostoso... mas que é quase abafado pelo som dos carros na avenida; não quero com isso, dizer que os carros passando fazem muito barulho, apenas digo que o barulho da chuva é bem fraquinho. Os carros, ônibus e motos que passam pela avenida, também produzem um som bem peculiar quando passam pelo asfaldo molhado. Faz até um pouco de frio, mas mesmo assim meus vizinhos estão com o ar-condicionado ligado! E ele faz um barulho constante e abafado, que serve de “cama” para todos os outros ruidos. Algum vizinho ligou o carro, acelerou um pouco e o carro “morreu”, tentou novamente, e nada... apenas na terceira tentativa conseguiu dar partida, e sair da vila. Meu velho ventilador resolveu também chamar minha atenção aos seu ruidos (vê se pode?!)... ele também faz um barurilho bem agradável! A chuva parou, e agora, ouço o som de poucas gotas que ainda despencam de algumas telhas. No predio em frente, poucos apartamentos acesos! Ainda são 23:13, e a cidade parece “dormir”... ou será só o bairro, ou a rua, a vila, ou eu, que estou a “dormir”?!?! Tentarei acordar!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Perfeita.


Perfeita.

Exatamente pelas imperfeições nada usuais, que à distingue das demais.

Perfeitamente avessa ao que se esperaria encontrar em uma “boa menina”... Mas não é que a danada te encanta!

Ela se aprochega com charme, sempre com um belo sorriso, sua beleza é simples e sua voz é rouca... Adoro!!

Enquanto fala, o mundo se perde no movimento dos seus lábios.

Seu aroma??...rs... Nem me arrisco em descrever.

E para não saberem de quem falo, vou parando de escrever.

Sempre acreditando que vale “pagar para ver”!

sábado, 9 de outubro de 2010

Monalisa

Vejo seu sorriso, e estremeço...
Um aceno, e toda minha malandragem se perde...
Admiro à distância, como se observasse uma bela obra exposta no Louvre...

Seu olhar tem algo que não sei explicar, e toda vez que me perco nele, encontro respostas que logo se confundem com novas perguntas.

domingo, 25 de abril de 2010

A Presa

Em uma sexta-feira qualquer, de um mês qualquer... Jamil, saia do cinema, quando foi convidado a ir à casa de um velho amigo; Aceitou o convite, e chegando lá, não soube esconder o espanto, ao se deparar com Afrodite. Naquele momento, ele se sentia como uma criança indefesa, inerte, e insuficiente, diante do que, para ele, se tratava de algo divino... Uma bela mulher, de cabelos e olhos negros, e da pele branca como o “pó”, porém, escrita e desenhada, como um pergaminho.


Evoluindo a um próximo estágio, sai de sua inércia provocada, e se apresenta, com ares desinteressados, à divina Afrodite, que corresponde, com também desinteressados ares de importância... Um falso diálogo se trava, enquanto ambos se estudam. Um dos temas, teoricamente conversados, foi as tatuagens que a bela possuia, e que eram objeto de maior fascínio por parte do jovem Jamil.


Este processo inicial, onde os dois fingiam não estar desesperados por aquele “coito”, já estava cansando o jovem, que arriscando todas as suas fichas, convidou-a para ir à praia “ver o luar”... e à cada resposta positiva às suas sugestões, absurdamente “mal intencionadas”, ele se sentia poderoso, como um lobo que acua sua presa... Ele sabia que agora, nada mais poderia detê-lo no processo de possuí-la, como à recompensa de uma boa “caçada”.


Chegando à praia, iniciam os preâmbulos da cerimônia, os quais, nosso personagem desejava desde que avistara há pouco mais de uma hora, o colo, da bela Afrodite... Enfim, teve a “permissão” de ver com detalhes as tatuagens da moça, que agora serviam como mapa, para aquele aventureiro, que, desprovido de qualquer pudor, inicia sua “viagem”.


Começa por seus lábios macios e úmidos, vai em direção ao pescoço, onde encontra terreno com poucas saliências, mas ideal para começar sua jornada; segue por zonas um pouco mais acidentadas, encontrando montanhas, vales, plantações e grutas, todos devidamente explorados, com o requinte de um aventureiro experiente.


Chegando ao local que o mapa indicava, adentra eufórico, sabendo que enfim, poderia “colher os louros de sua vitória”, e registra em sua memória, cada instante de sua façanha.


Satisfeito por sua “conquista”, “dorme o sono dos justos”... E, ao recobrar a consciência, estava só, e se deu conta de que ele é que havia sido “a presa”. Extasiado por aquela sensação, sai em busca de novos predadores.


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Viagem ao centro de um papel em branco

Sento para escrever, e me deparo com um desafio: o “papel em branco”... Por algum tempo, eu encaro aquilo como um estrategista; Penso em como começar, por onde começar... Procuro uma brecha, um ponto fraco do meu adversário, e encontro o “canto superior esquerdo”... sempre começo por ele! Ataco com as primeiras letras da história que tenho pra contar, e em poucos minutos, vejo que já avancei... agora, aquela folha de papel, não estava mais tão branca, agora eu vislumbrava uma possível vitória, mas duas linhas depois, eu me deparava com a cavalaria do exercito adversário, que me impedia de prosseguir com a mesma facilidade.


Olho em volta, busco novas estratégias, penso até em abortar a missão... mas isso, seria desonroso demais para um escritor que pretende alcançar altas patentes; Cada novo papel em branco, incorporado a minha tão sonhada nação independente da pornografia escrita e falada, dos reinos dos poetas vivos, tem seu mérito.


Peço ajuda ao meu “Consigliere” de assuntos de guerra, o Major “Cannabis Sativa”, que logo, me dá a inspiração necessária, para acabar com aquela batalha. Parto novamente para o ataque, com todo meu arsenal de inspirações e alucinações, e tomo gosto, em ver o adversário sucumbindo.


Mais alguns minutos, e estava sacramentado! Eu havia literalmente, posto o “ponto final naquela história”.


domingo, 18 de abril de 2010

Tempo

A roda gira, marcando cada segundo com o implacável movimento dos ponteiros.

Eu, com essa minha arrogância e essa minha prepotência de querer achar que ainda tenho tempo (tempo pra viver, viver o tempo que perco ou que ganho enquanto acho que tenho tempo pra viver) brinco com a vida... Sem dar a devida atenção a cada martelada do ponteiro.

Nada me fará sentir novamente o cheiro do mar, daquela segunda-feira, no Arpoador... Nada me fará ver novamente o primeiro sorriso de Sophia...
Nada me fará ouvir novamente o primeiro “eu te amo”...
Nada me fará sentir novamente o afago do meu cão, daquele domingo, no Grajaú...

Cada instante é único, portanto, buscar viver um “Déjà Vu”, é para loucos. Quero sentir cheiros diferentes, ver sorrisos diferentes, ouvir “eu te amo”, pela primeira vez, a cada dia, e ser afagado, por iguanas, pavões, macacos e beija-flores... Quero dormir do outro lado da cama, e em outras camas.

A roda gira, marcando cada segundo com o implacável movimento dos ponteiros... Que bom!!!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

é Carnaval

Pierrot ou Arlequim?


Como poderia Colombina, escolher entre os dois? Os dois são impecáveis em suas “qualidades”, assim como em seus “defeitos”.


Um, é o galanteador e sedutor patife, e o outro, é o tímido e introspectivo apaixonado.


Colombina querida, posso ser seu eterno “Innamorati”;

Horas Pierrot, horas Arlequim.

E prometo ser seu,

Às vezes não, às vezes sim.